Como uma criança de 3 anos resolveu um gargalo em minhas Consultorias

Antes de adentrarmos ao mérito da avaliação sobre a genialidade dessa criança, peço-lhes paciência, pois necessito contextualizar o cenário. Segurem, por gentileza, a ansiedade!

Gostaria de indagar a todos: até que ponto conhecem a si mesmos? E por qual razão uma consultora empresarial, focada em alavancagem financeira, está abordando o tema do autoconhecimento? Como a presença de uma criança se encaixa nesse contexto? Aguardem, que explicarei. Acompanhem meu raciocínio, e compreenderão.

Há quase 15 anos, venho observando empreendedores, desde os microempreendedores até grandes empresas, todos dedicados a fazer prosperar seus negócios. Nessa trajetória, testemunhei tanto grandes êxitos quanto projetos que, lamentavelmente, não decolaram. Inicialmente, ao analisar as falhas, atribuía esses insucessos a problemas técnicos, como precificação inadequada, liderança ineficiente e falta de foco nas estratégias. Refazia os planos, mas muitas vezes os resultados continuavam aquém do planejado. Havia um fator desconhecido, algo que eu sabia existir, mas não conseguia identificar, e isso intrigava minha mente quantitativa e cartesiana.

Num almoço familiar, enquanto os sobrinhos causavam tumulto, investiguei a causa da confusão. Minha sobrinha de 3 anos, indignada por ter seu celular confiscado pela mãe, indagava incessantemente: “Mamãe, por quê?” A resposta materna era um categórico “Porque não!” A criança retrucava com um persistente “Por que não?” A cena continuava em loop, e meu cérebro, em busca de distração, começou a divagar. De repente, uma revelação excitante surgiu: os resultados podem estar aquém porque talvez o empreendedor não saiba exatamente o que quer, diferente de Bia, em sua persistência para ter o aparelho de volta…

Em 2017, assumi um projeto desafiador recomendado como única solução para uma empresa no interior de Minas Gerais, com sérias dificuldades financeiras. Após 12 meses, nenhum resultado positivo. Observando as decisões equivocadas da empresária, percebi que ela, inconscientemente, queria quebrar o negócio. A raiz do problema remontava a uma negociação duvidosa com seus pais, resultando em desavenças familiares. Ela não se achava merecedora do sucesso conquistado devido a esse episódio obscuro. Descobri que, muitas vezes, os empreendedores atribuem valor ao faturamento, sucesso e outras métricas, mas escondem questões mais profundas, revelando uma desarmonia entre a razão de ser do negócio e suas metas. É aí que entra o autoconhecimento, é sabido que o CPF quebra muito antes do CPF.

Nesse sentido, porque o autoconhecimento tem alta relevância para o sucesso do negócio? E o que é o autoconhecimento? Na literatura de Desenvolvimento Pessoal, ele é descrito como uma auto investigação para compreender os motivos que impulsionam nossas ações. No contexto empresarial, é compreender por que se empreende em determinado negócio. Se não sabemos, teremos um negócio sem alma.

Essa descoberta me levou a questionar meu próprio negócio. Após tentar transformar minha mentoria financeira em um negócio digital, percebi que algo não estava alinhado. Ao refletir sobre por que queria falar de finanças online, percebi que minha resposta superficial não refletia minha verdadeira motivação. Foi necessário um exercício prolongado para revelar minha verdadeira intenção.

Assim convido vocês à reflexão: Imagine um empreendedor cujas palavras falam em resultado, mas sua mente clama por contribuição social, há congruência entre as ideias? Do contrário, algo falhará ou, com sorte, será efêmero.

Compartilho essas ideias para incentivá-los a refletir: O que vocês desejam para seus negócios? Utilizem a ferramenta dos 5 Porquês, pois a melhor forma de autoconhecimento é dedicar tempo a essa busca.